
Quer saber mais sobre estatísticas de internet brasileira? Pois saiba que o Brasil registou 152 milhões de utilizadores de internet em 2020 – mais 7% do que no ano anterior. As estimativas apostam para 81% da população com mais de 10 anos com acesso à internet em casa.
De acordo com dados recolhidos pelo Stastisca, o Brasil é o 5º país do mundo que mais utiliza a internet. 7 em cada 10 brasileiros estão online, enquanto 9 em cada 10 utilizadores acede à rede pelo menos uma vez por dia. Alem disso, o Brasil é o país ocidental que mais tempo gasta por dia nas redes sociais. A troca de mensagens diretas é a principal atividade verificada.
Um outro relatório divulgado pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil no Dia do Internauta (celebrado a 23 de agosto, o dia em que a internet foi aberta ao mundo, no já longínquo ano de 1991) aponta para um crescimento mais acentuado nos dois últimos anos. “A pandemia fez com que os indicadores de acesso à internet apresentassem os maiores crescimentos dos 16 anos da série histórica” considera o coordenador da pesquisa, Fábio Storino.
Os números mostram que, apesar do aumento de utilizadores, o acesso é ainda muito desigual. Durante a pandemia, os lares da classe C com acesso à internet subiram de 80% para 90%. Os das classes D e E passaram de 50% para apenas 64%. A nível escolar, verifica-se o mesmo desequilíbrio. 32% das escolas públicas dão acesso aos alunos, contra 65% das escolas privadas. Um cenário que pode ser alterado com a implementação do 5G no Brasil. Espera-se que 6,9 mil escolas públicas e todas as escolas em locais com mais de 600 habitantes recebam, até 2029, a infraestrutura para receber internet de alta velocidade.
Números da Internet no Brasil
O Brasil é o principal consumidor de internet da América Latina e o 5º maior do mundo. Até o final de 2021, o país somava cerca de 159 milhões de pessoas com acessos diários à net. Prevê-se que, até final de 2026, o Brasil acumule, em média, 184,76 milhões de pessoas, ou seja, 16,18% de utilizadores, o que representa mais de 87% da população.
- População. A proporção de utilizadores da internet aumentou principalmente entre os habitantes em áreas rurais: 70% em comparação com 53% da pesquisa de 2019. A participação de pessoas com 60 anos ou mais no mundo online também aumentou, de 34% para 50% no mesmo período.
- Comunicação. As redes sociais mais utilizadas pelos brasileiros são YouTube (89%), Instagram (85%), Facebook (84%), TikTok (49%), Pinterest (37%), Twitter (36%), Linkedin (35%), Snapchat (15%), Twitch (9%), Reddit (6%), Tumblr (5%), Hello (3%), Flickr (2%), Quora (2%), WeChat (2%), MeWe (1%), outros (7%). Por outro lado, a audiência de rádio digital cresceu 186% entre 2019 e 2021.
- Compras. 63% dos utilizadores de internet faz compras online. O e-commerce cresceu de 56% para 53% em 2 anos. Os millennials representam metade dos consumidores. Em média, cada brasileiro faz 16 compras online por ano. Entre os que fazem compras recorrentes, o número sobe para 78 compras por ano, com destaque para as mulheres, que são 70% dos consumidores recorrentes. Alimentos frescos, mercearia, beleza e saúde, remédios e acessórios são os produtos mais consumidos online. No total, o e-commerce cresceu 26,9% em 2021, atingindo um valor record de 161 mil milhões de reais. O ticket médio registou um aumento de 8,6%, atingindo R$ 455 por compra. Dados do indicador MCC-ENET, resultado da parceria entre camara-e.net e Compre & Confie, revelam que o comércio eletrónico brasileiro cresceu 24,21% em setembro de 2021 face ao período homólogo no ano anterior.
- Marcas. Google, Samsung e YouTube são as marcas mais influentes no Brasil. Seguem-se a Netflix, Amazon, Facebook, Mercado Livre e Microsoft.
- Pagamentos. O Pix, lançado em novembro de 2020, teve uma enorme adesão e rapidamente se tornou o segundo meio de pagamento no Brasil, a seguir ao cartão de crédito. Em 2021, 72% dos utilizadores que fizeram compras online usaram o Pix para efetuar pagamentos digitais.
- Emprego. O teletrabalho predominou a partir de 2020, com 42 milhões a trabalhar online devido ao Covid-19. Os utilizados das classes AB usaram sobretudo computador (que já possuíam ou adquiriram durante a pandemia). Utilizadores da classe DE recorreram a dispositivos móveis (muitos deles emprestados ou doados). Em maio de 2021, uma pesquisa da Amdocs indicava que o Brasil seria um dos países mais propícios a adotar o trabalho remoto. no mundo.
- Empresas. 93% das PMEs brasileiras aceleraram seu processo de transformação digital desde o início da pandemia. Além disso, 97% das PMEs consideram importante incluir tecnologia no modelo de trabalho de forma permanente. Estas empresas citam softwares de videoconferência (57%), computadores portáteis (48%) e armazenamento na nuvem (47%) como os principais recursos que devem ser implementados. Por outro lado, 47% das pequenas, médias e microempresas trabalharam de forma híbrida e flexível, com mais de metade a acreditar que a produtividade aumentou.
- Ensino. Entre os estudantes, 63% afirmou que as instituições de ensino forneceram aulas online e 19% híbridas.
- Cultura. 89% dos utilizadores assisti a vídeos, programas, filmes ou séries através da internet. 73% dos utilizadores comprou bilhetes para eventos transmitidos online e 69% para eventos presenciais.
- Saúde. As teleconsultas com profissionais de saúde ganharam relevo com o uso de apps de mensagens (59%), contra aplicativos da rede pública (35%) ou de planos de saúde privados (34%).
Segundo o mesmo site, 7 em cada 10 brasileiros estão online e 9 em cada 10 acedem à internet diariamente. Além disso, 3 em cada 4 pensam que é importante ter acesso móvel. O Brasil é o país ocidental que mais tempo passa nas redes sociais por dia, com o WhatsApp a ser um dos meios preferidos pelos brasileiros para pôr a conversa em dia.
As redes sociais, as chamadas de voz ou de vídeo e a partilha de conteúdos são as principais finalidades. Além do Google e do Facebook, os brasileiros usam a UOL, o Grupo Folha e a Globo como fornecedores de conteúdo.
Cerca de um terço dos tráfego web no Brasil é gerado via telemóvel – na verdade, praticamente toda a população online acede à internet com dispositivos móveis. Em 2015, existiam no país 111 milhões de utilizadores de internet por smartphone; com 1 em cada 10 transações comerciais a ser efetuada online. Em 2019, os números subiram para 141,2 milhões de utilizadores e 43% das transações em e-commerce. O crescimento de apps encorajou o uso de plataformas de entrega de mercadorias e refeições por cada 7 em 10 proprietários de telefones móveis.
Veja também a evolução na utilização de internet no Brasil segundo os dados recolhidos pelo CETIC, entre 15 e 30 julho 2021:
Utilizadores da internet no Brasil (> 16 anos) | 2021 |
Iniciaram trabalho remoto devido ao distanciamento | 80% |
Compraram produtos e serviços pela internet | 51% |
Utilizaram governo eletrónico | 77% |
Realizaram teleconsulta | 59% |
Acompanharam aulas on-line | 77% |
Acederam internet pela televisão | 64% |
Pagaram por serviços de filmes ou séries | 43% |
Pesquisas na Internet: o que procuram os brasileiros
Em menos de 10 anos, o número de utilizadores de internet com mais de 10 anos no Brasil quase duplicou: 46% em 2011 contra 81% em 2020. (Fonte: Teleco)
O State Of Search Brasil 2, uma pesquisa divulgada pele Hedge Hog Digital, visa perceber o comportamento das pesquisas online, como estas influenciam o dia-a-dia dos brasileiros e qual o impacto do e-commerce. Em 2021, a pesquisa revelou que 88% dos utilizadores pesquisaram por computador, enquanto 93% realizaram as suas pesquisas pelo Smartphone – um crescimento de 12,8% e 11%, respetivamente. Foram realizadas 3141 entrevistas a brasileiros com mais de 16 anos que tivessem efetuado pesquisas online entre 20 de abril e 10 de maio de 2021.

No que respeita às compras online, a pesquisa revela que a maioria dos inquiridos vai pesquisar informações sobre os seus temas de interesse no Google. Segue-se uma pesquisa mais aprofundada sobre os produtos ou serviços a adquirir nos marketplaces (Mercado Livre, Shopee, Amazon, Magazine Luiza ou Via Varejo, por exemplo). O utilizador tende naturalmente a escolher o produto com o melhor custo-benefício. Depois, volta ao Google para entrar no site escolhido e finalizar a compra.
Mesmo para quem compra em lojas físicas, o Google e os marketplaces são os principais pontos de comparação utilizados.

O estudo também mostra que, entre os compradores online, a pesquisa por smartphone (23%) se aproxima cada vez mais da pesquisa em computador (25%).
Outro dado interessante diz respeito às pesquisas por voz, que cresceram uns notórios 25% em apenas um ano.
As pesquisas dizem sobretudo respeito a eletrodomésticos, alimentação e moda. A procura por cursos, produtos para a casa e jardim, entretenimento e bem-estar cresceu durante os períodos de quarentena e parece ainda manter-se.

Saiba mais sobre as compras online dos brasileiros durante a pandemia.
Uso da internet no Brasil e no Mundo
O Brasil é um dos países com maior número de utilizadores de internet, mas o número tem vindo a crescer a nível gobal. Eis a evolução dos utilizadores de internet no mundo desde 2017, com previsão até 2026 (em milhões de pessoas):

Entre 2000 e 2016, o número de utilizadores de internet no mundo subiu de 413 milhões para mais de 3,4 mil milhões de pessoas. Em certos países, como o Bangladesh e Gana, esse número duplicou nos últimos três anos. Os 10 países com maior número de utilizadores de internet atualmente são:
- China – 765 milhões
- Índia – 391 milhões
- Estados Unidos – 245 milhões
- Brasil – 126 milhões
- Japão – 116 milhões
- Rússia – 109 milhões
- México – 75.94 milhões
- Alemanha – 73.43 milhões
- Indonésia – 66.45 milhões
- Reino Unido – 62.35 milhões
Fonte: World Population Review
Edição: Brasdo com dados de Agência Brasil, Statista, CETIC, World Population Review e State Of Search