Vendas eletrónicas a descer no Brasil (abril vs março 2022)

E-commerce Brasil

Vendas de e-commerce em queda no Brasil (abril vs março 2022)

O índice MCC-ENET, da responsabilidade da Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comité de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), revelou os dados de comércio digital registados em abril de 2022. E mostra uma quebra de 8,48% nas compras online, em relação a março. A faturação também desceu 2,77%.

No entanto, comparando as vendas de abril de 2022 com as de abril de 2021, houve um aumento de 1,52%. Os dados acumulados do ano registam um crescimento de 9,63%.

De referir que a Neotrust | Compre & Confie reúne os dados de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro para elaborar este índice.

“Historicamente, abril sempre foi um mês de quedas no comércio em geral, não apenas no e-commerce. Parte do motivo pelo qual é um período menos aquecida, é que os consumidores despendem seus recursos com lazer, em razão dos feriados existentes nessa época”, afirma Renata Carvalho, coordenadora do Ciclo MPE da camara-e.net.

Nem todas as regiões do Brasil registam números de comércio eletrónico iguais. Em abril, o Sul teve a maior descida (10,02%) e o Norte a menor (6,72%). O registo acumulado do ano exibe um crescimento maior no Norte (28,03%) e menor no Sudeste (5,74%).

O e-commerce no Brasil representou, em março, 13,2% do comércio de retalho restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado do ano, correspondeu a 12,4% do comércio total, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE. O estudo diz também que 17,5% dos utilizadores de internet brasileiros realizaram pelo menos uma compra online.

Evolução das categorias de e-commerce em março 2022 no Brasil

  • Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: + 42,1%
  • Móveis e eletrodomésticos: + 29,2%
  • Tecidos, vestuário e calçados: + 10,6%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: + 7,3%
  • Outros artigos de usos pessoal e doméstico: + 5,4%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: + 3,9%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: + 1,5%

Também o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian aponta para uma queda de 1,2% das vendas físicas em abril de 2022, em comparação com março. O segmento mais prejudicado foi o de veículos, motos e peças, com uma quebra de 4,2%. Já os combustíveis e lubrificantes subiram 3,3%, bem como o setor de alimentos e bebidas (1,8%).

“O retorno das atividades comerciais pós pandemia tem sido afetado por fatores como as consecutivas altas da inflação e da taxa de juros, além do endividamento e inadimplência das famílias brasileiras, que bateu novo recorde em abril, assolando o poder de compra dos consumidores e dificultando o fluxo de caixa das empresas”, justifica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Um dos motivos que podem ter impulsionado o segmento de Combustíveis e Lubrificantes, apesar dos reajustes de preço, é a volta das atividades presenciais, aumentando a circulação de pessoas nas cidades”, acrescenta.

Numa análise setorial o estudo mostra que os Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios registaram o maior percentual do comparativo ano a ano (51,1%). Por sua vez, os Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas apresentaram igualmente bons resultados, com uma subida anual de 0,2%.

Edição: Brasdo com E-Commerce Brasil

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